Os primeiros livros que li foram-me dados pela minha avó. Fora o
D'Artacão, os únicos desenhos animados que gostava de ver quando era pequenina (antes da
Sailor Moon, claro) eram adaptações de livros e assim... e então ofereciam-me os originais adaptados. Um dos primeiros que recebi foi um
Mulherzinhas adaptado com ilustrações que corri logo para os lápis de cera para ir pintar. Adorei. Adorei tudo. Queria ser como a Jo e parecia mesmo que estava dentro daquela casinha e que tinha um vizinho fixe com quem brincar e uma irmã que sabia tocar piano. Lembro-me que quando vi o filme com a Winona Ryder pela primeira vez tive um choque quando o Laurie pediu a Jo em casamento e quando, no final, a Amy coiso e tal. Não interessa porque pode haver quem não conheça
A seguir veio
A Ilha do Tesouro e os pesadelos com o Blind Pew (juro, ainda hoje me arrepio com a imagem de um pirata cego a subir uma falésia a meio da noite e a aterrorizar um miúdo de dez anos). Depois um dos maiores marcos da minha infância,
As Aventuras de Tom Sawyer.
E depois bloqueei e comecei a ler
Uma Aventura, mas a minha preferência era, sem dúvida, o
Triângulo Jota. Tenho que admitir que o
Guardado no Coração me fez gostar do Porto ainda antes de lá ter ido. E que andei a perguntar onde era a entrada para os subterrâneos no Porto em Arca d'Água (sim, eu fiz isso, parva). Continuei com a fase dos livros juvenis. Também adorei o
Como Sobreviver Em Viagem - comprei-o porque estava na altura da rebeldia em que odiava ir de férias com os meus pais, li muita porcaria do
Clube das Amigas intercalado com mais adaptações da
Jane Eyre e outros da Louisa May Alcott.
Outro factor importante foram umas ediçõezinhas da Penguin para quem está a aprender Inglês, que vão dificultando o nível de linguagem utilizado de acordo com o quão "à vontade" o leitor está. Graças a isso, tive pesadelos com as ilustrações do
Turn of The Screw e cada vez que penso nisso também me dá arrepios.
E depois veio o
Harry Potter quando tinha... hmm... 12 anos? Foi aí que começou a altura mais "activa" da minha vida a nível de livros. Quanto mais me isolava na escola, mais lia. E acho que por mais variada que tenha sido a selecção, o
Harry Potter estava sempre como pano de fundo.
Aos 15, 16 li as duas obras que me marcaram a adolessência:
Catcher In The Rye do J.D. Salinger e
The Bell Jar da Sylvia Plath. Quem estiver familiarizado com as temáticas irá perceber porquê, porque não vou entrar em pormenores. Mas são livros que me dizem muito, um pela narrativa de um jovem que está sempre a falhar no percurso académico porque quer até que perde a coragem de contar aos pais que está de novo a falhar e resolve andar a vaguear por Nova Iorque até ao dia do encontro; outro por ser uma rapariga nova que tem todas as oportunidades do mundo estendidas à sua frente, que se sente esmagada pela escolha e pelo que a sociedade espera duma mulher nos anos 50/60 e resolve-se encolher face à vida e dar cabo dela.
E foi assim. *purpurinas*