Post by Kaoru on Feb 13, 2009 23:56:14 GMT
Se neste board existisse um tópico como na zona de Ficção, sobre que livros comunicaram connosco a nível emocional e nos guiaram durante alguns anos, eu teria que responder, sem sequer hesitar, Bright Eyes.
Ou então responderia só "Conor Oberst", sendo o que mais me move em Bright Eyes as letras e não a composição musical e a voz - que até eu admito que podia ver dias melhores. Tudo começou em 2003 quando passei um Verão em Inglaterra. Uma rapariga norte-americana com quem falava estava-me sempre a falar na banda, e acabei por comprar o Lifted or The Story Is In The Soil, Keep Your Ear to the Ground. Não foi amor à primeira audição. Gostei, apreciei a força das letras, mas passou-me ao lado. Foi só passado um mês ou dois, quando realmente precisei de algo com que me identificar por causa de situações na minha vida que para aqui agora não interessam que lá voltei. E nunca mais de lá saí. A paixão agravou-se com o Fevers and Mirrors. Parecia que tinha encontrado uma voz que era um eco dos meus pensamentos mais negativos, que conseguia pôr por palavras aquilo que eu nunca tinha conseguido explicar. Parecia que comunicava comigo, que me dizia como lidar com as situações, como pôr em palavras a forma como as sentia. E tudo fazia sentido. Não ajudou, mas era um apoio confortável com o qual podia contar sempre ao final do dia.
Depois veio o I'm Wide Awake It's Morning e com ele a First Day of My Life e o reconhecimento mundial. E é muito cliché uma pessoa dizer que desligou da banda favorita quando ela se começou a vender, mas isso acabou por acontecer. Não nesse álbum em concreto, que ainda é muito, muito bom (e tem coisas de tirar a respiração, como a Poison Oak ) mas com tudo o que veio depois. Desencantei-me de todo com o álbum a solo do Conor, que não tem rigorosamente ponta por onde se lhe pegue.
A minha interpretação da coisa é que ele quis deixar de escrever sobre ele e passar a analisar a sociedade à volta dele. Com metáforas bonitas. E não resulta, de maneira nenhuma. Ele diz numa entrevista que lá por não continuar a escrever sobre neuroses não quer dizer que as tenha deixado de ter, mas... eu sinto que já não é a mesma coisa. Já não há aquele click.
Para quem não conhece - não vou pôr vídeos porque não é a melhor maneira de entrar no espírito. Recomendo antes álbuns: Fevers and Mirrors e o Lifted. Para ouvir com tempo.
Ou então responderia só "Conor Oberst", sendo o que mais me move em Bright Eyes as letras e não a composição musical e a voz - que até eu admito que podia ver dias melhores. Tudo começou em 2003 quando passei um Verão em Inglaterra. Uma rapariga norte-americana com quem falava estava-me sempre a falar na banda, e acabei por comprar o Lifted or The Story Is In The Soil, Keep Your Ear to the Ground. Não foi amor à primeira audição. Gostei, apreciei a força das letras, mas passou-me ao lado. Foi só passado um mês ou dois, quando realmente precisei de algo com que me identificar por causa de situações na minha vida que para aqui agora não interessam que lá voltei. E nunca mais de lá saí. A paixão agravou-se com o Fevers and Mirrors. Parecia que tinha encontrado uma voz que era um eco dos meus pensamentos mais negativos, que conseguia pôr por palavras aquilo que eu nunca tinha conseguido explicar. Parecia que comunicava comigo, que me dizia como lidar com as situações, como pôr em palavras a forma como as sentia. E tudo fazia sentido. Não ajudou, mas era um apoio confortável com o qual podia contar sempre ao final do dia.
Depois veio o I'm Wide Awake It's Morning e com ele a First Day of My Life e o reconhecimento mundial. E é muito cliché uma pessoa dizer que desligou da banda favorita quando ela se começou a vender, mas isso acabou por acontecer. Não nesse álbum em concreto, que ainda é muito, muito bom (e tem coisas de tirar a respiração, como a Poison Oak ) mas com tudo o que veio depois. Desencantei-me de todo com o álbum a solo do Conor, que não tem rigorosamente ponta por onde se lhe pegue.
A minha interpretação da coisa é que ele quis deixar de escrever sobre ele e passar a analisar a sociedade à volta dele. Com metáforas bonitas. E não resulta, de maneira nenhuma. Ele diz numa entrevista que lá por não continuar a escrever sobre neuroses não quer dizer que as tenha deixado de ter, mas... eu sinto que já não é a mesma coisa. Já não há aquele click.
Para quem não conhece - não vou pôr vídeos porque não é a melhor maneira de entrar no espírito. Recomendo antes álbuns: Fevers and Mirrors e o Lifted. Para ouvir com tempo.